Dia do Técnico Industrial: Sessão Solene no Senado reforça a valorização da profissão e a luta pelo protagonismo da categoria

Abertura Oficial da 5ª Semana dos Técnicos Industriais - Plenário do Senado Federal durante sessão especial destinada a realizar a Abertura Oficial da 5ª Semana dos Técnicos Industriais. Fotos: Geraldo Magela/Agência Senado


Investimentos na educação técnica industrial é urgente para o Brasil, defendem senadores

Nesta segunda-feira (23), o Senado Federal promoveu uma sessão solene em comemoração ao Dia Nacional dos Técnicos Industriais, celebrando 56 anos de dedicação desses trabalhadores ao desenvolvimento do Brasil. O evento, realizado a pedido do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, foi marcado por discursos enfáticos que ressaltaram a importância do ensino técnico para o país e a luta contínua por maior reconhecimento e valorização dos profissionais da área, especialmente após a criação do Conselho Federal dos Técnicos Industriais (CFT) em 2018.

"Sou um grande entusiasta do ensino técnico profissionalizante, que não é importante apenas para suprir as demandas do mercado de trabalho e da nossa economia", afirmou Castellar Neto.

O senador Castellar Neto (PP-MG), que presidiu a sessão, destacou o impacto social e econômico dos técnicos industriais. Para ele, o ensino técnico não apenas atende às demandas do mercado de trabalho, mas também promove a inserção rápida dos jovens no mercado, com geração de renda e emprego, além de impulsionar o crescimento econômico e tecnológico do país.

Essa defesa enfática do ensino técnico reflete uma antiga reivindicação da classe, que lutou por sua autonomia com a criação do CFT e dos Conselhos Regionais dos Técnicos Industriais (CRTs), desvinculando-se do sistema Confea/Crea. A conquista veio com a Lei nº 13.369, de 2018, que estabeleceu um órgão próprio para fiscalização e regulação das mais de 200 habilitações técnicas, algo que há muito tempo vinha sendo reivindicado pela categoria.

"O ensino técnico é a nossa principal pauta. Jamais podemos esquecer de onde viemos, que é a educação profissional" alertou o presidente interino do CFT Ricardo Nerbas.

Segundo o presidente do CFT, Ricardo Nerbas, a criação do conselho foi um marco histórico para os técnicos, conferindo-lhes o devido protagonismo no setor da engenharia. Nerbas reforçou a missão do CFT em normatizar e fiscalizar o exercício das profissões técnicas, que até então careciam de uma representatividade adequada. "Já conseguimos normatizar 61 das 200 habilitações existentes", destacou Nerbas, durante a sessão, frisando que o ensino técnico segue sendo a principal bandeira da categoria.

A saída dos técnicos do sistema Confea/Crea, em 2018, foi fruto de anos de debates e movimentações políticas, cujo objetivo era garantir maior autonomia à categoria, que até então se sentia preterida dentro de um sistema mais voltado aos engenheiros. Com a criação do CFT, a fiscalização e regulamentação da profissão passaram a ser geridas de forma mais específica, atendendo diretamente às demandas dos técnicos industriais. Essa transição trouxe maior clareza sobre as responsabilidades desses profissionais, além de promover o fortalecimento da profissão no mercado de trabalho.

"O Brasil tem o desafio, a necessidade e a urgência em formar profissionais técnicos. Nos países mais desenvolvidos do planeta os alunos do ensino médio já saem com conhecimento de uma área técnica e podem iniciar as vidas profissionais", destacou Izalci.

Durante o evento, o senador Izalci Lucas (PL-DF) ressaltou a urgência de se investir mais na formação técnica, citando exemplos de países desenvolvidos, como Alemanha e Dinamarca, onde a educação profissionalizante é prioridade desde o ensino médio. Segundo ele, o Brasil ainda investe pouco nesse tipo de ensino, e essa deficiência é sentida diretamente na formação de mão de obra qualificada.

"Em qualquer lugar do mundo um técnico bem preparado, bem formado, sobreviverá. E, sobretudo, vai contribuir imensamente com o projeto de desenvolvimento do país", afirmou Arruda, que é ex-senador.

Por outro lado, Inácio Arruda, secretário de Ciência e Tecnologia para o Desenvolvimento Social do MCTI, destacou o papel fundamental da fiscalização sobre os cursos técnicos e a importância da formação adequada dos profissionais para garantir um mercado mais competitivo. "O país precisa de mais técnicos bem preparados para contribuir com o seu desenvolvimento", afirmou Arruda.

A criação do sistema CFT/CRT, em 2018, foi a resposta a uma demanda que visava dar maior protagonismo a esses profissionais, que desempenham um papel fundamental nas mais diversas áreas da engenharia. Hoje, técnicos industriais podem atuar em múltiplas frentes, desde manutenção predial até grandes obras industriais, com o respaldo de suas habilitações reconhecidas. Essa autonomia veio para consolidar a importância desses trabalhadores no setor produtivo nacional, garantindo a eles maior reconhecimento e oportunidades de atuação.

Entrega de troféus aos membros da Mesa no encerramento da sessão especial de Abertura Oficial da 5ª Semana dos Técnicos Industriais 

Assim, a comemoração no Senado não só celebrou o passado da categoria, mas também reafirmou o compromisso com seu futuro, no qual o fortalecimento da formação técnica e a fiscalização de suas atividades continuam a ser pilares essenciais para o desenvolvimento do Brasil.

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