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| Foto: Beto Raskin | 
O recente relatório do Fórum Brasileiro de Segurança Pública        revelou que o crime organizado no Brasil obtém uma receita anual        de R$ 61,5 bilhões com o comércio ilegal de combustíveis,        superando os R$ 15 bilhões provenientes do tráfico de cocaína.        Esse dado alarmante escancara um problema que muitos ignoram: a        elevada carga tributária sobre combustíveis estimula a sonegação e        fortalece atividades criminosas.
      Estudos indicam que a sonegação de tributos no setor de        combustíveis alcança aproximadamente R$ 14 bilhões ao ano. O        aumento da carga tributária, além de encarecer o produto para o        consumidor final, tem como efeito colateral a expansão do mercado        ilegal, no qual criminosos operam sem pagar impostos e oferecem        preços mais baixos, minando a concorrência leal.
      O Instituto Combustível Legal alerta que a elevação de impostos        pode ter efeitos adversos, como o fortalecimento da informalidade        e da inadimplência no setor. Com um sistema tributário        excessivamente complexo e pesado, o mercado formal perde        competitividade, abrindo espaço para que organizações criminosas        ampliem sua atuação. Estima-se que cerca de 13 bilhões de litros        de combustíveis sejam comercializados de forma irregular        anualmente no Brasil, resultando em perdas fiscais significativas.
      Diante desse cenário, é fundamental que as autoridades busquem        soluções mais eficazes do que simplesmente aumentar tributos. A        simplificação tributária, o fortalecimento da fiscalização e a        criação de um ambiente de negócios mais competitivo são medidas        mais sensatas para combater a sonegação e reduzir a influência do        crime organizado no setor de combustíveis. Caso contrário,        insistiremos em um ciclo vicioso no qual quem mais lucra é        justamente quem não segue as regras.
      Jerônimo Goergen - Advogado, Sócio do Andrade Maia Advogados.
    

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